Juliana Martucci Martins

Bom, antes de qualquer coisa acho bom explicar o título de hoje. Deuteronômio significa "relembrar". Pra quem não sabe, embora o conteúdo deste livro tenha sido ditado por Moisés, ele só foi escrito (relembrado) muitos anos depois, gerações depois, pós (ou in) cativeiro. As palavras deste livro foram transmitidas de geração em geração, guardadas pelo próprio Espírito de Deus, pra que chegasse até nós. Deuteronômio fazia aquele povo relembrar tudo que eles precisavam saber, e o que eles jamais deveriam esquecer, independente de cativeiro, guerras, opressões, divisões. Eles precisavam lembrar que tinham um Deus que zelava por eles, que haviam promessas e deveres para este povo, os quais jamais passariam. Céus e terras passarão, mas a Palavra de Deus jamais passará.
Eu tenho lembrado das promessas de Deus sobre a minha vida, dos votos que fiz em determinados períodos da caminhada, das experiências em que Ele me marcou pra sempre. Eu tenho relembrado de como eu costumava ser...
Engraçado que, às vezes, crescer nos torna mais covardes. A criança é ousada, livre, destemida. Ela não enxerga obstáculos, não coloca limites. Nós, adultos, somos tolhidos pela vida. Somos amordaçados, criamos regras e limites baseados em nossas frustrações. Construímos mais cercas do que pontes.
Relembrar é coisa de adulto, porque a criança não precisa ser lembrada do que ela tem que ser, ela simplesmente é! Simples assim! Adultos complicam as coisas, crianças não.
Eu queria ter a liberdade de um escritor com uma pena e um pedaço de papel nas mãos, pra dar asas aos pensamentos e viajar no mundo das idéias sem medo de encontrar fronteiras. Ou a do artista com uma tela, pincel e guache pra pintar uma linda história sem nenhuma pretensão, se não a de brincar com as cores e externar a inocência do coração.
É esse meu lado poeta que volta quando a alma pede um pouquinho de atenção, e eu preciso "relembrar" de como tudo começou pra que eu jamais esqueça quem sou.
Juliana Martucci Martins
A vida com Deus parece um vídeo game. Cada fase, um desafio. Algumas fases demoramos mais para passar. Outras passamos com facilidade. É verdade que cada fase completada é sinal de que ficamos mais hábeis, porém isso não é garantia de que o próximo desafio será mais fácil de ser vencido.
A fase que estou hoje é esquisita. Não é ruim, mas também não sei definir o que é. É indescritível. É uma fase sem palavras, porque elas se tornaram desnecessárias. É uma fase de muito pensar e muito sentir, mas pouco, muito pouco falar. Fase de apenas observar e refletir, falar pouco e dizer o mínimo, agir devagar e silenciar.
Na verdade, até mesmo este post já está me parecendo inútil e desnecessário. E esta é sensação que tenho cada vez que tento fazer alguma coisa. Como diz minha mãe, esta é a fase do "quieta aí".
E para quem viveu os últimos cinco anos em pleno vapor, é realmente um grande desafio ficar quieta. É como andar na corda do equilibrista, sem ter onde segurar, apenas confiando naquele que me chamou e sabendo que do outro lado da corda existe um lugar onde eu quero chegar. É só não olhar pra baixo...

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Eclesiastes 3:6-7