Juliana Martucci Martins

pederneira (s. f.)
[Figurado] Corpo de suma dureza ou rijeza.
carácter de pederneira: pessoa dura, insensível.

Ai mistério...Deus fala que me dá face de pederneira para tratar com pessoas com caráter de pederneira. Pra começar, nem conhecia esta palavra. Certamente já a vi na Bíblia, mas hoje mexeu comigo de forma diferente.

Segundo ponto interessante é que essa "face de pederneira" (ou fronte de diamante, ou cara de pau, chamem do que quiser) é justamente aquilo que eu não tenho e gostaria de ter. Preciso aprender a ter! Antes que meu jeitinho sensível e melancólico acabe comigo, preciso endurecer!!! Não dá certo ser pastor com temperamento melancólico em alta...

Taí mais uma "cristocidência": hoje preguei sobre os temperamentos transformados, e orei para que o Espírito Santo venha transformar justamente as características que nos atrapalham. Chegando em casa Ele me vem com essa...a tal pederneira...ai ai ai!

Cansei de ser sensível! Estou farta deste melancolismo que acaba comigo! Se eu continuar a sentir e sofrer tão intensamente e profundamente os espinhos do ministério, certamente terei vida curta. Qual coração melancólico suporta tanta afronta, ingratidão, julgamento e decepção?

Amém, Senhor! Quero mais é vestir a carapuça da pederneira, pra que eu viva mais e pra que eu sofra menos...

"Porque o Senhor DEUS me ajuda, assim não me confundo; por isso fiz o meu rosto como a pederneira, porque sei que não serei envergonhado." (Is 50:7)

"Fiz como diamante a tua fronte, mais forte do que a pederneira; não os temas, pois, nem te assombres com os seus rostos, porque são casa rebelde." (Ez 3:9)
Juliana Martucci Martins

Alguém disse que "quando achamos que encontramos todas as respostas, Deus vem e muda todas as perguntas". Pura verdade! As coisas estão mudando numa velocidade que não dá pra acompanhar!
Eu fico pensando como é que nós, cristãos, vamos fazer pra dialogar com este mundo, vivendo um evangelho genuíno, sendo uma Igreja relevante, apresentando o Senhorio de Jesus em meio a tanta tecnologia, virtualidade, velocidade, materialismo, imediatismo e individualismo.
A juventude de hoje está a anos luz à frente de qualquer coisa. Enquanto vamos com a farinha, a tal geração Y já comeu o bolo. E o que dizer da Z? Nem quero pensar!
O que se tornou a instituição mais sagrada nesta era? Qual o valor da "família" no meio disso tudo? Segundo plano. Casamento nem pensar! Mutualidade, cumplicidade e convivência não cabem nesta era pós-moderna. É cada um por si e Deus por todos...
Deus? Será? Não, é o ateísmo que está na moda. Espiritualidade sim. Relacionamento com um "deus" pessoal, talvez. Seguir uma religião/ instituição, não mais. É coisa do passado.
Pra que pensar em salvação, céu e inferno, se há tanto com que se preocupar aqui e agora? Sucesso profissional é tudo. Valemos pelo que temos e fazemos. Não dá tempo pra pensar em quem Somos. Por isso os divãs estão lotados e garantimos o pão de cada dia dos terapeutas.
Não importa quem somos, mas o que aparentamos ser. Clínicas de estética, cirurgiões plásticos, empresas de cosméticos e academias adoram isso! Estão podres de ricos por mascararem uma socidade doente.
Doente? Ah sim! A indústria farmacêutica também está bilionária, anestesiando a dor da humanidade, sem nunca encontrar a cura para os seus males.
Dialogar, pegar na mão, abraçar, sentir o cheiro, enxugar a lágrima, gargalhar...prazeres substituídos pela frieza tecnológica. Tudo é virtual, até mesmo o amor!
A globalização conecta o mundo e agiliza a comunicação, mas afasta as pessoas umas das outras e destrói relacionamentos humanos.
E no meio disso tudo, como é que esta sociedade reagiria à mensagem da cruz? Entregar-se, render-se, negar-se, doar-se, submeter-se. Servir, amar, perdoar, dar, ajudar, salvar. Honrar, obedecer, sacrificar, respeitar, ceder. Hein?
Como é que se ensina o valor do pacto, da aliança, do compromisso, da fidelidade num mundo de libertinagem, perversidade e imoralidade escancarados na mídia?
Como se ensina que "morrer é o caminho para a eternidade" a um mundo que só se preocupa em "viver a vida, aqui e agora"?
Como ensinar o que ninguém mais quer aprender? Como falar o que ninguém mais está interessado em ouvir? Como? Meu Deus, como?
Tenho refletido sobre os métodos e paradigmas da Igreja e vejo quanto estão se tornando arcaicos e inexpressivos para o mundo. Precisamos acordar. Precisamos "renovar o nosso entendimento" para cumprir o IDE de maneira expressiva.