Juliana Martucci Martins
São 8:24hs da manhã desta segunda-feira. Estou acordada desde as 7hs esperando o pedreiro que vem quebrar a parede do meu banheiro que está com vazamento. Vou aproveitar e ver se ele pinta meu quarto, que já está precisando de um retoque. Aliás, a casa toda já precisa. Já se foram 4 anos de reforma e as coisas começam a dar defeito, envelhecer, manchar, e eu sei que quanto mais eu prolongar isso, piores serão as consequencias lá na frente. 
A reforma é inevitável. Precisamos estar atentos aos sinais de quando ela se faz necessária.
Toda esta introdução foi para falar de uma outra reforma da qual se ouve rumores por aí. A reforma da Igreja de Cristo. A Revista Época de 2 semanas atrás fala sobre a Nova Reforma Protestante:
"Inspirado no cristianismo primitivo e conectado à internet, um grupo crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira" (trecho da revista)
A Revista não está trazendo nenhuma grande novidade, já que isto tem sido pauta de tantas discussões formais e principalmente informais entre os cristãos. Muito se fala sobre a restauração final da Igreja (estou revisando um livro sobre este assunto), restauração dos 5 ministérios, sobre o genuíno apostolado (muito raro hoje em dia, apesar da superpopulação de "apóstolos" que conhecemos) , Igreja nos lares e coisas relacionadas a isto. Todos ansiando por algo novo, ou melhor, ansiando voltar ao princípio das coisas, ao caminho certo, do qual nos afastamos tanto. 
Mas considero esta uma boa notícia. É sinal de que nossos anseios estão ganhando expressão. Quando o assunto sai numa revista de tal porte, sabemos que trata-se de um senso comum e não de uma minoria isolada. E mais do que isso, vejo como uma testificação do Espírito Santo, pois é Ele quem nos leva a clamar por esta restauração. 
Por outro lado, sabemos que existe uma grande diferença entre reforma e restauração. Qualquer engenheiro ou arquiteto pode explicar bem isso. Não é só uma questão de etimologia, mas de propósito. A Igreja necessita mais do que uma reforma. Precisa de uma restauração! Precisamos ir à planta do projeto resgatar as medidas, cores e ordem das coisas originais.
Desde Constantino a Igreja nunca mais foi a mesma fundada por Pedro,  Paulo e os outros. Vem sofrendo bruscas transformações beirando a insanidade muitas vezes (se é que não chegou nela!). Os patéticos estão em todo lugar. Na TV, no rádio, na política ou numa igrejinha bem perto de você, seja lá onde você mora! E não importa a placa, eles são Igreja de Cristo, ou dizem ser...Não tenho capacidade de julgar isso, mas é assim que todos lá fora nos enxergam: uma só Igreja, com vários nomes, vários costumes esquisitos, mas um só povo: os crentes! Somos motivo de chacota para o mundo que queremos alcançar e conquistar. 
Mas não é só isso! Quando olhamos pra dentro de nossas próprias igrejas, vemos que os patéticos também somos nós! O que aconteceu com os "cultos de adoração ou ação de graças a Deus"? O que aconteceu com os seguidores de Cristo que não suportam ouvir a sã doutrina, porque isso não agrada seus sensíveis ouvidos? O que aconteceu com a "liberdade do Espírito" que ficou cheia de regras? O que aconteceu com a GRAÇA que foi substituída por um fardo tão pesado que tem feito muitos ministros do evangelho abrir mão do arado? 
A reforma pode até funcionar, como a de Lutero, e é importante que aconteça, mas é limitada. É obra de homens. Precisamos mesmo é sermos restaurados como Igreja. Precisamos santificar e adornar a Noiva que Jesus vem buscar, e não tenho dúvidas que isto está perto de acontecer. Mas a restauração é obra do Espírito. Busquemos isso juntos, em oração, em súplicas e, o mais importante, obedecendo atentamente à Sua voz!
(Falarei mais sobre isso num próximo post.) 
Juliana Martucci Martins
Parafraseando Charles Swindoll: Nada como a simplicidade para nos tornar insatisfeitos com as coisas complicadas!
Retornar de férias é um choque. Não pelo simples motivo de voltar ao batente. É mais complexo do que isso. Significa pegar embalo novamente nessa locomotiva desvairada em que vivemos. Esse mundo cheio de "necessidades supérfluas", "emergências fúteis" e "prioridades desnecessárias". Coisas que só nos mantem ligados no 520, pifam nossos neurônios, acabam com nossa saúde e...sem nenhum resultado proveitoso o bastante para valer tanto prejuízo. 
Paramos na estrada de Minas pra comprar queijo e conhecemos o "seu Aloísio". Homem simples do campo, mas em poucas palavras mostrou que os cabelos brancos já lhe renderam sabedoria. Ele nos mostrou a imensidão de suas terras, falou que mora ali há 30 anos e seu grande problema naquele dia era que sua vaca havia atolado e "deu um trabalhão danado" pra desatolar, já que o caseiro não faz nada, só sabe rir...No final ele acrescentou: pra não perder a cabeça "com tanto nervoso", eu confio no Senhor Nosso Deus!
Ah....Quase me ofereci pra ser caseira do seu Aloísio...rs
Com tanta singeleza e sinceridade, acho que muita gente que eu conheço toparia passar uma temporada desatolando vacas e vendendo queijo a beira da estrada, só pra ter mais paz e confiar no Senhor Nosso Deus assim... 
E depois dessa boa prosa, comendo um pastel do seu Aloísio de frente para os "verdes prados" do Salmo 23, entramos no carro de volta à "locomotiva desvairada".
Aqui na selva de pedra nós temos quase tudo. O que nos falta é simplicidade, o antídoto para o veneno que nos mata lentamente...